Esse post chega com um pouco de atraso, mas isso foi proposital.
Eu precisava passar pela experiência completa antes de chegar a uma conclusão sobre o assunto...
Tudo começou ainda na maternidade, quando o Marcelinho começou a mamar eu percebi que algo não estava certo...Sentia uma dor estranha e pelo que eu já havia lido sobre o assunto eu sabia que não era para doer.
Pedi ajuda para as enfermeiras do berçário, disse que eu achava que ele não estava pegando certo e elas por sua vez só me diziam: "Está tudo certo mãe", "É assim mesmo".
Viemos para casa e a situação só piorou, em poucos dias eu estava com os bicos dos seios em carne viva. Literalmente sangravam a cada mamada e eu tentava a todo custo suportar a dor para que meu filho pudesse se alimentar.
Cheguei ao ponto de morder uma fralda a cada mamada para não gritar no ouvido dele. Eu chorava, chorava e chorava... Senti que eu estava entrando numa tristeza profunda e isso me assustava.
Mesmo passando por tudo isso eu ainda era obrigada a ouvir as pessoas dizendo: "Isso é normal" ou "Tem que aguentar" ou "Você tem que dar o peito assim mesmo".
Todos tem a péssima mania de só pensar no bebê, mas e a mãe??? E a saúde da mãe onde fica???
Quem me conhece e acompanhou a gravidez sabe que meu maior medo sempre foi sofrer com a amamentação, nem o parto normal eu temia, mas só de pensar em sentir dor no seio já me dava calafrio...
Então no oitavo dia em casa comecei a me sentir mal... Febre e dor no corpo. Voltei à maternidade e me diagnosticaram com Mastite no seio direito. Pra quem não sabe Mastite é a inflamação das glândulas mamárias e os sintomas são iguais aos de quem tem uma forte inflamação na garganta. Passei uma noite com 39,6° de febre, tomando antibiótico e antitérmico.
A essa altura do campeonato eu já estava num estado deplorável... Foi quando minha mãe pediu ajuda para
uma amiga dela que é enfermeira e faz parte do grupo de aleitamento do Hospital São Luiz.
Ela me ensinou a massagear corretamente o seio, a fazer a ordenha (só se cura a Mastite tirando o leite) e me aconselhou a dar um tempo. Eu precisava me curar tanto física quanto psicologicamente. Todos sabem que o estado emocional influencia na produção de leite e no meu caso a situação chegou ao limite.
Fiquei uma semana tirando o leite com a bombinha para que meu seio pudesse cicatrizar. Como eu já não estava produzindo leite suficiente tive que introduzir o Nam também.
Fui voltando a dar o peito aos poucos, sem forçar nada. Graças a Deus ele não estranhou e voltou a mamar super bem!
Hoje eu ainda sinto um pouco de dor quando ele "pega", estou tirando o Nam aos poucos e hoje faz 24h que não dou nenhuma mamadeira para ele.
Tenho fé que daqui para frente tudo tende a ser cada vez melhor, mas infelizmente ainda não tenho aquele sentimento lindo que todas as mães tem quando amamentam seus filhos. Tenho minhas dúvidas se um dia sentirei esse prazer depois de tudo o que passei, mas o importante é que meu filho está sendo alimentado por mim e só isso que me importa!
beijos
Fran
